domingo, 27 de abril de 2008

Pesquisa e Pesquisadores

Relendo um artigo de Cláudio de Moura Castro no Ponto de Vista, Revista Veja (12 de fevereiro de 2003) onde tece comentários sobre Pesquisa no Brasil e cita que “Enquanto alguns cientistas de carteirinha esgrimem em controvérsias bolorentas, há um avanço sub-reptício na ‘pesquisinha’”, realmente, Cláudio tem razão! No caso da Dengue, por exemplo, li alguns artigos científicos de excelente nível, ao lado de outros onde erros são repetidos, copiados e publicados como certos. E enquanto estes erros forem copiados e repetidos a pesquisa de uma vacina, por exemplo, não avançará, o mosquito continuará presente, se reproduzindo aos milhares, infectando milhões de pessoas e matando muita gente.
No caso então, sou uma “pesquisadora caipira”! Ou "tupiniquim". Depois de sofrer a 1ª e a 2ª dengue passei a estudar esta patologia, e tudo o que a envolve.
Após concluir o curso de Biologia-UFMT., fiz especialização em Entomologia Médica-FIOCRUZ., para conhecer o vetor, seus hábitos, ao mesmo tempo passei a estudar e pesquisar o vírus envolvido na patogenia (flavivírus) o que ocorre com o organismo infectado durante sua 1ª infecção pelo vírus da dengue, as reações durante uma 2ª infecção (04 anos após a primeira, pois existe um período imune entre uma e outra infecção) e afirmo: NÃO EXISTE O VÍRUS DEN 1 , DEN 2 DEN 3, DEN 4! Existem sim pessoas que tiveram DENGUE uma, duas três e raros quatro veses!São sorotipos detectados em sorologias, no isolamento viral. DEN 4: Por que raros? Infelizmente poucos sobrevivem as seqüenciais infecções.
Se minhas descobertas entram em choque com pesquisas antigas que posso fazer? Ao longo dos anos ou séculos, muitas teorias foram revistas, novas hipóteses surgiram e muitos problemas foram resolvidos.
Em razão de meu desejo de estudar e fazer alguma coisa para mudar este quadro patológico quase perdi meu emprego, foi montado um processo de exoneração, pois eu estava mexendo com um assunto proibido.
Subnotificado. Mas eu não quero parar de pesquisar! Quero fazer minha parte! Um dia descobri um pesquisador trabalhando numa linha de pesquisa semelhante e entrei em contato pedindo que fosse meu orientador e, tendo ele se interessado e solicitado meu currículo que imediatamente enviei e também um resumo de meu projeto e ele se mostrou muito interessado, mas não deve ter lido corretamente, pois ali dizia claramente a data de nascimento e, talvez pelo meu apelido ser tão jovial, digamos, “Bia”, ele pensou se tratar de uma jovem de 20 e poucos anos!
Depois de um bom tempo possivelmente ele leu os dados e então me mandou um e-mail dizendo que eu não tinha “perfil”... e isto doeu muito!
Tive a impressão de “estar com a data de validade vencida”! Será? Mas não desisti. Vou continuar!
E, na verdade, gostaria imensamente de ir fazer o mestrado em Cuba, que, queiram ou não, é exemplo em Saúde Pública. Lá não é praticada a “Medicina Curativa” e sim a Medicina Preventiva. Acho que o custo de manter uma população saudável é bem menor do que tratar (e não curar) uma população doente.
Ah sim: Aqui no Brasil pouco se cria, muito se copia poderíamos copiar o modelo cubano e passar o fumacê corretamente e acabaríamos com este maldito mosquito e o terrível vírus!

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