Durante o 3º Congresso Nacional e o 1º Encontro Internacional de Saúde Pública Veterinária que ocorreu em Bonito-MS., foi amplamente discutida a importância da inserção deste profissional na Saúde Pública.
A contribuição deste profissional na Saúde não tem sido adequadamente utilizada, embora muitos setores da saúde necessitem desta participação!
Sua atuação não deve se resumir apenas nas vistorias de matadouros ou campanhas de vacinação animal!
O trabalho deste profissional está ligado diretamente a patologias que envolvem insetos, animais e o homem. A Leishmaniose é um forte exemplo, que mostra a falta de ações de controle mais eficaz. Esta falha demonstra que o profissional ou não é ouvido ou não participa, não expondo assim sua opinião técnica ou pior: tem também aquele profissional que diz ‘amém’ a tudo, certo ou errado, quer dizer, não tem personalidade para discordar, se cala frente a equívocos ou erros...
A falta de conhecimento técnico de gestores e, especialmente, a falta de saber pelo menos OUVIR profissionais e pesquisadores das áreas afins (Veterinários, Biólogos) remetem a população humana e animal a situação de calamidade que hoje vivenciamos e que se iniciou já há bastante tempo...
A Leishmaniose Visceral tem causado graves problemas tanto ao homem quanto aos animais, com vários óbitos humanos e o sacrifício de centenas e centenas de cães, vítimas indefesas e inocentes!
A Leishmaniose é uma ‘doença silenciosa’ pois no momento da contaminação ocorre normalmente um mal estar inespecífico quase sempre diagnosticado como ‘virose’ pelo profissional de saúde, o que é uma inverdade: Não existe vírus envolvido nesta patologia e sim um protozoário!
Enquanto o parasita se desenvolve no organismo do paciente (humano ou animal) embora apresente alguns sintomas iniciais ainda leves o médico deve realizar uma investigação sorológica para detectar ou descartar a suspeita de Leishmaniose.
Assim se faz Saúde Pública. Assim se constrói um município saudável. Poderemos ter sim um Pronto Atendimento, um local limpo, e até mesmo bonito, por que não? Organizado e vazio, unidades de PSF onde as pessoas visitem para aferir a pressão arterial, aplicar vacinas... Isto é um indicador que demonstra que a saúde está funcionando, que o trânsito é organizado e não ocorrem acidentes... A prestação adequada dos serviços, os profissionais capacitados, hospitais, tudo isto poderia estar disponível, se necessário.
Para que tudo isto se torne uma realidade se faz necessária a perfeita integração destes segmentos: Médicos, Médicos Veterinários, Biólogos, e esquecia-me de outro importante profissional que tem fundamental importância: O Engenheiro Agrônomo. É essencial sua atuação para a orientação técnica sobre o uso de insumos adequados a cada tipo de vetor. Esta orientação visa esclarecer qual inseticida, dosagem e aplicações são necessárias na contenção de epidemias.
A atuação do Biólogo no verdadeiro sentido (bio: vida, Logus: estudo) que estuda e pesquisa, que questiona os fatos e ocorrências que envolvem a saúde populacional é também de fundamental importância! Quando cursei Entomologia Médica, foi para conhecer os vetores patogênicos a saúde do homem e dos animais, a observação cuidadosa dos hábitos dos insetos serve para mostrar que estão sendo necessárias importantes mudanças nas ações de controle, pois, pelo que se pode perceber, a proliferação de insetos patogênicos está descontrolada...
O profissional, ético e correto jamais deverá calar e consentir frente a erros desculpe, para não ofender, direi equívocos cometidos por gestores...
Lamentavelmente temos pessoas ocupando cargos políticos na área de Saúde Pública destituídos de qualquer conhecimento (e interesse) na área! Isto ocorre não só nos governos municipais.Inicia no governo federal, passa pelo governo estadual e deságua nos municípios.
Se analisarmos as verbas federais liberadas aos estados e municípios poderemos questionar:
1º= “porque a população adoece e morre por doenças que já haviam sido erradicadas?”
2º= “qual o interesse em manter esta situação?”
3º= “qual o custo?”
4º= “é mais difícil fazer o correto”?
5º= “é mais viável consertar o estrago”?
Acredito que é melhor prevenir, evitar que ocorra o problema!
Os questionamentos são muitos! A sugestão: Unir profissionais e mudar o quadro atual, com um trabalho criterioso a ser desenvolvido conjuntamente. Fica a sugestão para a organização de um seminário ou fórum para debater e estudar estas mudanças.
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