A epidemia de dengue no Estado de São Paulo já é a maior da história, aponta levantamento da Secretaria de Estado da Saúde. Balanço divulgado na noite de sexta-feira relatou um total de 121.270 casos notificados da doença em 2010, ante 92.345 que ocorreram em 2007, até então o pior ano de epidemia.
Os 98 óbitos deste ano também representam um recorde histórico, conforme já apontavam dados da pasta divulgados no início de maio. O levantamento mostra que 50 cidades paulistas concentram 78,6% das infecções em todo o Estado. O pico de casos ocorreu em março deste ano, com 44.920 infecções. Do total de 121.270 casos confirmados entre janeiro e maio deste ano, 22.710 foram registrados no município de Ribeirão Preto e outros 11.185 em São José do Rio Preto. O Guarujá teve 8.048 ocorrências e Santos, 7.860. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
OPINIÃO:
Sou BIÓLOGA, com curso em ENTOMOLOGIA MÉDICA, e realizo uma pesquisa sobre vetores patogênicos. Como pesquisadora, acompanho o trabalho realizado no Estado de São Paulo, visto que algumas cidades fazem uso do UBV com o inseticida MALATHION, (correto, se usado respeitando dosagens, intervalos e adições) e com grande eficácia no controle de insetos vetores. Sei que algumas cidades utilizam Piretróides nas aplicações UBV ou com bombas costais. E Temefós (organofosforado-larvicida) nos criadouros e caixas d’água.
Minha opinião sobre os piretróides é a de que tem apenas função REPELENTE. Se tivesse função INSETICIDA, pelo tanto que é aplicado durante as epidemias não sobrava um inseto!
Em campanhas e mutirões que acompanhei alguns dias depois entrevistei moradores e sempre obtive a mesma resposta: durante 03 dias sumiram todos os mosquitos! Depois voltaram piores, com “mais fome de picar a gente”...
Nem a OMS - Organização Mundial de Saúde, nem o MS - Ministério da Saúde parecem perceber o equívoco! Há 20 anos (e o tempo passou rápido...), quando o governo federal transferiu aos estados e municípios o controle dos vetores as epidemias então tiveram início e, salvo raras exceções (algumas cidades paulistas e o estado do Rio Grande do Sul) as epidemias foram se alastrando estado a estado, o mosquito infectando milhares de pessoas anualmente e nas reinfecções (2ª Dengue sofrida pela mesma pessoa) costuma ocorrer a Dengue Hemorrágica, sempre com muitos óbitos!
A menos que eu esteja equivocada, Campinas usou (usa?) fazer aplicações com MALATHION, assim estou surpresa com este elevado número de casos de Dengue ocorrendo nesta cidade!
Surpresa sim, mas ainda assim, acredito conhecer a explicação sobre o que houve:
As epidemias em Campinas: 1998 2002 e 2007. No ano 1998 houve uma epidemia e novamente em 2002 (o intervalo foi de 04 anos, entre uma e outra). Novamente em 2006 principiaram os primeiros casos, para completar a epidemia em 2007.
Em 2009 iniciou nova epidemia e hoje, 2010 atingiu o auge! Por quê:
1)Algumas ‘autoridades da Saúde Pública’ recebem este cargo por favores políticos, nada entendem sobre vetores, sobre inseticidas, seguem normas ultrapassadas, sem eficácia e ai está o resultado: EPIDEMIA!
2)Uma epidemia envolve sempre dois anos: Campinas iniciou esta em 2010? Lamento informar, mas os números só irão aumentar, (pode estacionar temporariamente, mas em 2011 a epidemia será explosiva! Lamento, gostaria de estar equivocada, mas não estou!
3)Depois, o que ocorre: As mesmas ‘autoridades de saúde’ voltarão na mídia, justificando que os números de casos estão diminuindo ‘graças ao trabalho realizado’. E cruzarão os braços durante todo o intervalo entre esta e uma nova epidemia (ano de 2014/2015), deixando a vigilância e o controle de lado) o que estou ponderando não é mera suposição, pesquiso epidemias, vetores, vírus e o que ocorre com o paciente, especialmente durante a segunda dengue, sempre com manifestações hemorrágicas!
4) O ESTADÃO, um jornal que atinge um elevado número de leitores precisa divulgar esta informação: O uso do TYLLENOL/PARACETAMOL pode causar graves problemas ao paciente, sugiro uma entrevista com o presidente da CEATOX, para maiores orientações. Espero que minhas ponderações possam ser úteis e, coloco-me à disposição para outros esclarecimentos.
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