sexta-feira, 1 de maio de 2009

DENGUE. EU NÃO AGUENTO MAIS...

... Acompanhar a sucessão de equívocos ao longo dos últimos 15 anos. É terrível!
Se fossem apenas perdas financeiras eu sequer me ocuparia disto. Mas são vidas. Crianças e adultos que morrem anualmente em quase todos os estados brasileiros, vindo a caracterizar descaso, incompetência!
“Conforme a Portaria nº 1172, de 15 de Junho de 2004, que estabelece as competências da União, Estados e Municípios na Área de Vigilância em Saúde, define-se que o provimento dos inseticidas (inclusive para o controle do Aedes aegypti) para os estados e municípios, é responsabilidade da União. Assim, é vedado aos estados e municípios o uso de recursos do TFVS para a aquisição desses insumos”.
“O Programa Nacional de Combate a Dengue (PNCD) coordenado pela Secretaria de Vigilância à Saúde do Ministério da Saúde preconiza o uso de determinados inseticidas e larvicidas para todos os estados e municípios, com base em análises técnicas de suscetibilidade e resistência do vetor.”
“Os produtos fornecidos pelo Ministério da Saúde e utilizados atualmente são o Temephós (larvicida organofosforado) e Alfacypermetrina (adulticida piretróide).”
Faz-se urgente uma reavaliação de tal norma do MS, na indicação de Alfacypermetrina, um piretróide de efeito repelente e como bem diz o nome, a ação de tal produto é repelente, não elimina o mosquito! Se funcionasse, a DENGUE não estaria ano após ano fazendo novas vítimas!
O larvicida organofosforado (eu testei) elimina as larvas, sim, mas devido ao grau de dificuldade para atingir TODOS OS CRIADOUROS, que se espalham pelos mais inusitados locais onde os insetos proliferam, sua eficiência fica reduzida à metade.
O inseticida organofosforado (Malathion) que eliminava os insetos adultos de forma eficiente caiu, ‘por motivos desconhecidos’, no desagrado de quem determina o uso! A usual desculpa para não usar mais este inseticida é de que “o inseto adquiriu resistência”. Eis o que ocorre: quando foi transferido aos municípios o trabalho de controle e erradicação ele passou a ser feito de forma inadequada, aleatoriamente, e, assim, o inseto passou a proliferar de forma descontrolada e passamos a enfrentar epidemias de grande magnitude.
Funcionários do Ministério da Saúde entendem perfeitamente o que estou denunciando, pois assistem ações desenvolvidas envolvendo metodologias erradas, em relação à aplicação de inseticidas, com horários, manuseio e equipamentos inadequados.
Ações assim desenvolvidas tem como resultado o aumento desenfreado de insetos e de casos de pessoas infectadas. Outro erro brutal é “preconizar” como normal infestações de 2%! O normal seria índice zero do mosquito e da patologia.
“Se o procedimento de um gestor público é ineficiente e ineficaz, abre-se o caminho para que ele preste os devidos esclarecimentos sobre sua conduta por que a sociedade não admite mais este modo de agir”, escreve o Ministro Valmir Campelo, do Tribunal de Contas da União (TCU), na decisão que deu origem a um processo.
Em outras palavras, para acabar com a Dengue no Brasil é preciso matar o mosquito e também o descaso. (Veja, Marcelo Bortoloti)
Eu espero – ansiosa – uma urgente revisão por parte do Ministério da Saúde no enfoque dado ao combate aos vetores patogênicos.

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