Os índices de infestação pelo mosquito Aedes aegypti, transmissor da Dengue, se mantém em alta em todas as cidades, em todos os estados brasileiros.
A população vive sob risco, ano após ano sem que nada de concreto seja feito!
Além da falta de preparo no atendimento e tratamento dos pacientes nas redes de saúde, a falta de informações sobre a doença para a população continua sendo um grande problema no combate à dengue.
O governo tem uma grande dificuldade de se comunicar com a população, que é sempre tratada como desinformada:
- Eles (os gestores e seus apadrinhados) usam um tratamento agressivo em relação aos cidadãos, sempre taxando a população de ignorante e relaxada. Culpam a população pela inoperância, pela própria incompetência!
O problema é que as informações não são passadas corretamente. Um exemplo disso é a questão da reprodução do mosquito: sempre passavam que os mosquitos só colocam os ovos em água parada, o que não é verdade. Tem uma propaganda jogada na mídia que mostra o mosquito atacando à noite, no escuro... Este mosquito tem hábitos diurnos!
ESPECIAL PARA OS BIÓLOGOS:
Não questionar as ações (ou a falta de ações), calar-se, ficar omisso... Eu não sei o número de Biólogos no Brasil. Acredito que deve haver um grande número, pelo menos a cada ano saem muitos graduados nesta área.
Alguns se graduam em Ciências Físicas e Biológicas por opção. Outros, por falta de opção... A estes falta tudo, especialmente compromisso!
Não questionam nada, aceitam tudo. Embora que, para abrir a boca apenas para concordar é melhor que se mantenham calados!
Recordo o professor Wilson, da UFMT explicando aos alunos que o estudo da Biologia avança e vai se ramificando, se dividindo em áreas e aprofundando mais e mais. O interesse na pesquisa, as subáreas, são amplas!
Não basta a especialização numa das áreas. É necessário o conhecimento amplo:
a) O estudo de uma patologia infecciosa transmitida por insetos envolve diferentes fatores que inicia pelos casos da doença, agressividade dos sintomas e numero de casos.
b) A presença constante do vetor, os dados de infestação que sinalizam equívocos no controle, o uso de produtos, tratamento e metodologia inadequados.
c) Atenção adequada ao paciente, reposição das perdas, controle da temperatura observação de indícios hemorrágicos.
Um estudo minucioso sobre as epidemias iniciais, as regiões, anos de repetição e o resultado obtido em sorologias e isolamento viral pode mostrar nova perspectivas através de uma visão diferenciada, onde o vírus, único, tem sucessivas passagens no organismo, com reações diferenciadas na segunda infecção (DEN 2).
Voltando aos altos índices de infestação acreditar que propagandas na mídia, areia em pratinhos, mutirões políticos, acusações contra a população, é uma tentativa para desviar as atenções pelos responsáveis pelo descaso e a omissão de quem está à frente das ações.
Caso fosse realizado o controle químico correto, obedecendo a critérios de horário, velocidade, intervalos de aplicações, quarteirão por quarteirão EM TODA CIDADE, durante o tempo necessário certamente haveria uma redução drástica no número de vetores e de casos de Dengue.
Este NÃO DEVE ser um trabalho aleatório, para o sucesso da operação deve haver vigilância continuada e, caso haja a presença do vetor, deverá haver uma repetição.
BEATRIZ ANTONIETA LOPES
Bióloga
Bióloga
Curso de Entomologia Médica-FIOCRUZ
Nenhum comentário:
Postar um comentário