domingo, 25 de janeiro de 2009

UM MOSQUITO ‘SEM PAI NEM MÃE’






foto:Genilton J.Vieira


A dúvida continua.... E olhe só: é mosquito do qual já se fez o maior número de DNA!

Mas as lideranças políticas ainda não descobriram se pertence à família Municipal, Estadual ou Federal! Ninguém assume! Então o insetinho continua sem sobrenome, podendo, futuramente assinar de qualquer uma destas maneiras:

*-Aedes aegypti municipalis

*-Aedes aegypti estadualis

*-Aedes aegypti federalis

O governo federal afirma (e criou Lei e subsídios) que o caso é de competência de cada estado monitorar as ações, fiscalizar o uso das verbas destinadas ao combate do vetor e, ao município, cabe aplicar as ações e os insumos recebidos no combate e erradicação do inseto, o que significa dizer: a eliminação da DENGUE.

No Rio de Janeiro, hoje, ocorreu mais uma terrível epidemia. O número de casos foi assustador. E o sistema de saúde se mostra completamente despreparado. Faltam condições de atendimento. Salta aos olhos a incapacidade generalizada em Saúde Tropical, essencial em nosso país.

São pouquíssimos os especialistas nesta área tão importante.

Falta: incentivo e oportunidades para quem realmente tem interesse na pesquisa, na busca de solução, e isto não reside exclusivamente na busca de vacinas ou na construção de hospitais...

A medicina não deve ser curativa. Ela deve ser, sim, preventiva.

E, para prevenir, o primeiro passo é eliminar o vetor. Radicalmente. Chega de pozinhos mágicos; chega de lendas e teorias que fogem da realidade.

Hoje, o mais importante, é voltar atrás, usar o velho “fumacê” e acabar com o mosquito antes que ele acabe com toda a gente...

Dói em meu ouvido escutar o Ministro da Saúde ocupar espaço na mídia para negar o que é evidente: negar a ocorrência desta epidemia.

Além de não fazer o que DEVERIA SER FEITO, que é eliminação do mosquito, tem mais coisas ocorrendo: por que continuam usando o inseticida inadequado? E quem está ganhando com isto?

Anualmente, milhares de pessoas vêm sendo infectadas ou reinfectadas; mortes e mortes ocorrendo e as epidemias se sucedem, uma após outra, enquanto o mosquito continua aí, dominando...

Assistimos o desespero de pessoas em busca de socorro médico; assistimos profissionais da saúde procurando dar atendimento em meio de tanta gente, com pessoas desmaiando e caindo pelo chão; o desespero de familiares ao se depararem com a morte de alguém da família, como o bebê morrendo por dengue, ainda no útero materno e logo depois, também, a morte da própria mãe...

E pior: não é só o mosquito que está ‘sem pai nem mãe’. Com o descaso que se verifica, todos estamos...

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