Para a epidemiologista e sanitarista Glória Teixeira, do Instituto de Saúde Coletiva (ISC) da UFBA, o Brasil e outros países do mundo vivem uma "perplexidade", porque os vários esforços que vem sendo feitos não impediram a circulação do vírus da dengue. A sanitarista disse que "temos que avançar no conhecimento sobre o vírus e a doença, e para isso, os conhecimentos dos técnicos que atuam nos municípios são fundamentais".
Seria importante que a epidemiologista lançasse um ‘olhar mais abrangente’ sobre detalhes que venho publicando em meus artigos. Não são dados aleatórios, mas, sim, frutos de aprofundadas pesquisas, que envolvem diferentes enfoques: o inseto vetor; seu desenvolvimento do ovo ao inseto adulto; seus hábitos de vida; o vírus por ele vetorado; a patologia; as epidemias seqüenciais; o que ocorre com o indivíduo durante a primeira infecção; porque as reações são mais violentas durante uma segunda infecção; a dengue; a gestante e o bebê; o que é DEN 1, DEN 2, DEN 3 e DEN 4... Não bastassem esses erros, outros ainda mais graves somam negativamente.
OS ERROS COMETIDOS NO CONTROLE DO VETOR
T.C.P Novaes, pesquisadora química aposentada da FUNDACENTRO, SP, em seu artigo “DENGUE E OS 10 ANOS DO PEAa/PNCD -ERROS MANTIDOS, RISCOS DESCONSIDERADOS E REORIENTAÇÕES NECESSÁRIAS”, analisa, juntamente com sua equipe, os acontecimentos desencadeados devido a erros graves apontados há nove anos nos programas de controle vetorial de dengue, presentes nas orientações de diluição de larvicida e nas nebulizações ultra baixo volume (UBV), e riscos associados a essas operações.
"DENGUE: Instrução para pessoal de combate ao vetor Manual de Normas Técnicas", 3ª Ed.-Brasília-FUNASA/MS, conforme declara Novaes, permanece no manual o erro de cálculo de diluição do inseticida organofosforado temefós e do larvicida biológico Bacillus truringiensis israelensis (Bti) onde se mede o volume do recipiente (capacidade) e não o volume real de água, conduzindo a soluções mais concentradas que o previsto. No caso do Bacillus truringiensis israelensis (Bti), que, segundo o manual pode ser aplicado à água potável orientação aos executores de campo, propaga-se esse erro nacionalmente e eu questiono: em se tratando de uma bactéria, seu uso deveria ser muito controlado e rigoroso, pois o que poderia ocorrer na inalação desta bactéria, caso ela se aloje no pulmão de um individuo? No inseto sei muito bem como funciona: a larva ingere a bactéria que, dentro do sistema digestivo cresce e ‘explode’, matando a larva....
Este erro de cálculo gerou a informação ‘que o inseto adquiriu resistência’, o que não é verdade! O uso correto jamais irá gerar resistência! Mas em lugar de corrigir o erro, substituíram o inseticida e cometeram outro erro grave: utilizar inseticida inadequado, indicado a outro tipo de inseto e o resultado está ai. A PROLIFERAÇÃO DESENFREADA DO VETOR e a dengue se alastrando incontrolavelmente pelo Brasil todo!
A autora sugere em seu artigo, a suspensão do inseticida; no caso, minha sugestão é a correção de dosagens, aplicações, horários e os meses corretos para o controle. Trata-se de um inseticida que elimina mosquitos e não existem relatos de causar danos a humanos.
O que houve (aqui por perto) foi o uso inadequado, por parte de funcionários, que ‘lavaram paredes’ com o inseticida, que é próprio para ser aplicado com o UBV em microgotículas! Ocorreu também, por falta de maiores informações, que servidores se acomodavam sobre as embalagens de veneno, para descansarem...
As reavaliações na condução do controle do vetor devem ser rapidamente estudadas e readequadas, pois já passou da hora de fazer o que deve ser feito!
Um comentário:
Parabéns pela sua incansável luta pela conscientização sobre o tema: Dengue/hemorrágica. Temos que agir na distribuição da informação e do efetivo combate ao mosquito. Parabéns Beatriz! Conte comigo!
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