Como o assunto "dengue" esta sempre em alta vou republicar este artigo...
Sob o título "Tecnologia ajuda no combate à dengue em Pernambuco" a notícia descreve "Uma das novas armas tecnológicas de combate à dengue é um aparelho, um pouco maior que uma caixa de sapatos, desenvolvido pela Universidade Federal de Pernambuco. Ele faz a contagem dos ovos do mosquito da dengue com a ajuda de um programa computadorizado", 24/07/09.
Existe uma falha imensurável nas ações de controle de vetores patogênicos sejam eles Aedes, Flebótomos ou outros. Quem está dentro de laboratórios com verbas e equipamentos e poderia fazer alguma coisa para o efetivo controle vetorial fica inventando máquina de contar ovos de mosquito!
Outro detalhe preocupante: a declaração de uma técnica, que diz ter contado 3.912 ovos. "Demorou quase meia hora para contar tudo", e com o aparelho a contagem levaria menos de um minuto... É impossível contar manualmente em meia hora tal quantidade de ovos!
A mim parece que o essencial, o primordial, é eliminar os vetores!
As verbas para pesquisa estão sendo liberadas e utilizadas sem critérios, sem controle, ficar inventando armadilhas, máquina de contar ovos, etc., com inventos sem nexo! Isto é um crime, uma irresponsabilidade sem limites!
Enquanto isto inseto se prolifera de forma assustadora, os números aumentam ano após ano, pessoas são infectadas e reinfectadas. Formas mais graves, provocadas pelas reações durante uma 2ª infecção, dengue hemorrágica, Síndrome de Choque por Dengue, com o comprometimento de órgãos vitais causado pela replicação viral, são as denominadas "complicações da dengue", pois o vírus se multiplica dentro dos capilares sanguíneos de órgãos importantes tais como o pulmão, coração, cérebro, fígado, enfim órgãos viscerais do ser humano todos ricamente vascularizados que, com a intensa replicação viral, rompem causando hemorragias de menor ou maior gravidade onde a evolução dependerá das ações do profissional de saúde.
Centenas e centenas de pessoas infectadas pelo vírus da dengue buscam atendimento médico em postos de saúde, hospitais (na maioria destes com atendimento deficitário) enquanto isto é liberada verba para contar ovos de mosquito! O ideal, o necessário seria eliminar os mosquitos, garantindo assim, saúde para a população.
Ocorre que não há interesse em eliminar o mosquito dos "ovos de ouro", como já escrevi em artigo anteriormente, pois ele representa verba preciosa, verba esta que elege de vereador a presidente...
Beatriz Antonieta Lopes é bióloga, graduada pela Universidade Federal de Mato Grosso. E-mail: beatrizantonietalopes_ccz@ig.com.br
Um comentário:
O mais preocupante é a desorientação das nossas autoridades sanitárias. Saíram do modelo cubano e foram para Cingapura. Essas mudanças de estratégia a cada surto ou epidemia não nos parece o melhor caminho.
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