Quando, há vários anos atrás idealizei, coletei as assinaturas dos delegados, presentes no Fórum de Saúde Pública, que estava nos momentos finais e NINGUÉM havia lembrado de pedir a instalação de um Centro de Controle de Zoonoses, eu imaginei um órgão para zelar pela Saúde Pública, humana e animal!
Jamais pensei que iria virar um matadouro de cães! E muitos destes, mortos sem a devida comprovação laboratorial, (aliás, o correto ainda seria orientar para que o dono do animal procurasse um veterinário).
A Leishmaniose não teve início repentino. Há bastante tempo que se percebia cães pelas ruas com o aspecto da doença, tanto a visceral quanto a de pele. Casos humanos, pela demora de diagnóstico e a falta de profissional especializado na área, ocorreram e foram a óbito. Atualmente Rondonópolis conta com um profissional experiente e atento, o que tem salvado a vida de muitos pacientes, de Rondonópolis e região!
A Leishmaniose apresenta um quadro de grande importância, com inúmeras mortes humanas provocadas pelo mosquito Flebótomo... E o que tem sido EFETIVAMENTE feito para eliminar o vetor? Até agora a única providencia que tive o desprazer de acompanhar (e questionar!) foi a eliminação semanal de mais de uma centena de cães, vítimas inocentes do mosquito e da inoperância que se verifica na área de controle de vetores... Parece que o cão é maior que o mosquito, mais fácil de eliminar!
A Dengue é este desastre: Seqüenciais epidemias, e fora do período epidêmico sempre surgem novos casos, mostrando a presença constante do vetor na região. O mesmo grupo atuante (?), os mesmos coordenadores ali estão já há bastante tempo, e a atuação deixa muito a desejar... Os produtos químicos ineficazes, mas ainda assim muito tóxicos ao homem e aos animais, já há muito deveriam ter sido substituídos por produtos adequados para mosquitos.
Estas ações, digamos, “equivocadas” da coordenação do CCZ local, e não vamos nos esquecer de onde partem as determinações e quem as coordena: o coordenador da Vigilância e Saúde Ambiental, órgão estadual, senhor Oberdan Lira, que responde por todos os municípios do Mato Grosso. Este coordenador parece não ter “sido cobrado” pela ineficácia das ações que ele insiste em manter, nem pelos seus superiores nem pela população...
Independente disto, cada coordenação municipal tem o DEVER de, percebendo a ineficácia das ações e produtos utilizados questionar o Estado e solicitar, sugerir e até mesmo exigir a substituição dos insumos.
Bastaria ler e analisar: Está bastante claro que os derivados de piretróides funcionam na eliminação de animais rasteiros, que ‘andam’! A população percebeu este efeito, mesmo sendo leiga no assunto, que após as aplicações realizadas pelo CCZ, morrem centenas de baratas, formigas, aranhas e cupins... No entanto, os mosquitos ‘somem’, durante 03 dias isto é são repelidos temporariamente, depois retornam, com mais fome de sangue!
UM CENTRO DE ZOONOSES NECESSITA TER UM DEPARTAMENTO DE ENTOMOLOGIA
Deve ser um departamento competente e dinâmico, em constante vigilância para, ao menor sinal da presença de vetores agir rapidamente, controlando assim, a entrada de novos vetores patogênicos. O número de Aedes não irá reduzir de forma ‘mágica’ se as providencias para o controle continuarem como estão...
Quanto ao flebotomíneos, estes continuam a aumentar e causar graves problemas ao homem e aos animais, pois o que se vê são cães doentes e novas pessoas com exames positivos para Leishmaniose!
E o surgimento de diferentes vetores patogênicos exige ações de controle imediatas!
A importância de um CENTRO de CONTROLE DE ZOONOSES está no fato de que, casos as ações fossem desenvolvidas corretamente, teríamos como resultado um município saudável.
Pelo CCZ deve ser realizado o controle não só dos insetos vetores de patologias como a Dengue, Elefantíase, Chagas, Malária e Leishmaniose, esta última envolve, além do homem, cães e pequenos animais selvagens, que funcionam como reservatórios, ratos, morcegos e outros animais peçonhentos devem ser monitorados com muita atenção!
IMPORTANTE: Muitas pessoas pensam que o cão ‘passa’ a Leishmaniose para as pessoas. Isto não é verdade! O cão no seu quintal, além de proteger sua residência ainda protege sua vida, pois o mosquito em busca de sangue suga o cão, uma vítima inocente. Não tendo o cão no quintal o mosquito ENTRA na sua casa e suga o sangue da sua família! Existe uma coleira repelente, que ‘espanta’ o inseto, chamada Scalibur. Não Mata o mosquito, apenas repele!
Chagas, cujo vetor é um triatomíneo (barbeiro), está em situação de descontrole, com denúncias da presença do vetor em diferentes pontos da cidade.
Morcegos, diretamente envolvidos na transmissão da raiva, que atinge cães, gatos, cavalos, bois e o homem.
Acidentes envolvendo aracnídeos, escorpiões, lacraias, cobras etc.
Sendo então o CENTRO de CONTROLE DE ZOONOSES uma referência de onde partem determinantes e condicionantes para a saúde coletiva existe a necessidade de atenção especial para que o trabalho seja desenvolvido com agilidade, dando resposta imediata, ao primeiro sinal de inicio de problema.
PROMOTOR DE JUSTIÇA DA DEFESA DA CIDADANIA E DO CONSUMIDOR:
Ontem, dia 21 de outubro ocorreu a reunião, convocada pelo Promotor de Justiça da Defesa da Cidadania e do Consumidor Doutor Ari Madeira Costa, com os presidentes de bairro. O Doutor Madeira apresentou dois pontos importantes:
1-O morador tem a obrigação de ‘checar’ seu quintal, remover todo possível criadouro.
2-O Presidente de cada bairro, juntamente com a diretoria, deverá verificar situações de risco, e notificar a Vigilância Sanitária e a Promotoria, para as devidas providencias.
Outras reuniões estarão ocorrendo em nossa cidade, visando a redução do elevado número de casos de Dengue. A cada ano ocorrem óbitos, pelas complicações hemorrágicas desencadeadas pela patologia.
LEMBRE-SE: O mosquito é ainda, o melhor estrategista!
Um comentário:
Esses maus administradores se disseminan pelo país e nada é feito.
A sociedade se acomoda e eles se perpetuam nos cargos sem auro-crítica. Tenho lido muito sobre a história da saúde pública no Brasil. Os fundamentos desses males estão lá atrás, no Brasil Colônia. Até quando?
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